Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil 
Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em sinagoga no Rio de Janeiro EM FOCO - POLÍTICA Política de Bolsonaro com Israel pode reduzir investimento do agronegócio BRASIL - Entre as principais diretrizes do empossado presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro uma que causa mais dúvidas para o desenvolvimento econômico é a política externa, sob comando de Ernesto Araújo, diplomata místico, guindado de posto subalterno no Itamarati ao importantíssimo cargo de chanceler brasileiro. Araújo usa retórica em nome de Deus sob formação ideológica do guru Olavo de Carvalho. Seu posicionamento inicial é contrário ao que foi desenvolvido pelos seus antecessores Aloysio Nunes (PSDB) e Celso Amorim (PT), além da maioria dos diplomatas brasileiros. Bolsonaro já manifestou o interesse em seguir interesses gerais de Trump nos EUA e de Benjamin Netanyahu em Israel, o que já desagradou a China e os países árabes, estes que em termos de comércio exterior representam hoje para o Brasil muito mais em volume de exportações do que os primeiros. Um dos setores que podem ser mais afetados está o crescente agronegócio, que nos últimos anos tem gerado muitas oportunidades para o setor da construção. Segundo editorial do jornal O Globo, Araújo vem romper tradições do Itamaraty, como o multilateralismo. Guinadas como esta têm seu custo. Ao ressuscitar um ultrapassado alinhamento automático com a Casa Branca, por exemplo, esquece-se de que o Brasil não tem os recursos de poder dos Estados Unidos, a maior potência militar e primeira economia, para enfrentar a China, alvo de críticas de Bolsonaro. Seguir Trump e anunciar a mudança da embaixada brasileira para Jerusalém, por sua vez, é uma afronta ao bloco árabe, e isso também tem um preço, pois o país é grande exportador de alimentos para o bloco. Nada fica impune neste universo.
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